Nesta terça-feira, 6, o Sindicato promoveu um ato com paralisações parciais no Bradesco contra as demissões e o assédio moral. A mobilização aconteceu em frente à agência Savassi (0513), no prédio em que também funciona a Diretoria Regional do banco, e na Prime Savassi (3247). Após cobranças, o Sindicato se reuniu com o diretor regional de Minas Gerais, Edmir José Rodrigues, e o assessor Daniel Loubach, para exigir soluções para os problemas enfrentados por funcionárias e funcionários.
Mesmo com um lucro de R$ 19,6 bilhões em 2024, com crescimento de 20% em relação ao ano anterior, o Bradesco encerrou 2.200 postos de trabalho em doze meses, fechou 390 agências e 903 Postos de Atendimento Avançado (PAAs). O Sindicato cobrou, incisivamente, o fim das demissões, muitas feitas com a justificativa da “performance”, quando a situação se deve a questões alheias ao empenho do bancário ou bancária.
Giovanni Alexandrino, funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato, lembrou que as demissões afetam não apenas os desligados, mas também os clientes e os funcionários que permanecem no banco, pois acabam enfrentando sobrecarga de trabalho e aumento da pressão. “Bancários e a população como um todo sofrem com esta postura do Bradesco, pois crescem as filas e o atendimento fica mais demorado. Além da dificuldade cada vez maior de encontrar agências e até mesmo caixas eletrônicos”, explicou.
O Sindicato destacou, ainda, que nos últimos meses tem recebido inúmeras denúncias de bancárias e bancários relatando assédio moral, cobranças excessivas, desrespeito e o uso de palavras de baixo calão por parte de gestores.
O presidente do Sindicato, Ramon Peres, reforçou que o assédio é uma postura inadmissível, que leva ao adoecimento físico e mental. “Bancárias e bancários que estejam enfrentando esse tipo de situação devem procurar o Sindicato e denunciar. Temos um canal exclusivo para receber relatos de assédio, com garantia total de sigilo", explicou. Acesse aqui os canais de denúncias do Sindicato: Fale Conosco | Denúncia de assédio moral
Cobranças abusivas, fechamentos e retirada de caixas
Os representantes dos trabalhadores insistiram que o banco pare de realizar cobranças de metas via WhatsApp no telefone particular e fora do horário de trabalho. O Sindicato destacou que a cláusula 39 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e a legislação proíbem essas condutas. Em resposta, o diretor regional afirmou que vai se reunir com os gestores para orientá-los contra a prática.
O Sindicato reiterou, ainda, a cobrança para que o Bradesco não promova novos fechamentos de agências e PAAs. O banco informou que está prevista, para este mês, a incorporação da agência Caeté à unidade Sabará, mas garantiu o remanejamento dos funcionários após ser cobrado pelos diretores do Sindicato.
Outra reivindicação foi a suspensão da retirada de caixas eletrônicos das unidades, uma vez que a medida impacta negativamente os clientes, principalmente de regiões mais periféricas. O Bradesco afirmou que realiza monitoramento do número de acessos e se comprometeu a analisar, de forma mais criteriosa, antes de decidir pela retirada dos equipamentos.