Lucro do Santander cresce às custas dos trabalhadores e do fechamento de agências

31/07/2025

Santander
Lucro do Santander cresce às custas dos trabalhadores e do fechamento de agências

O Banco Santander lucrou R$ 7,5 bilhões no Brasil no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar do desempenho positivo, o banco eliminou 1.173 postos de trabalho nos últimos 12 meses e fechou 561 pontos de atendimento. Os dados escancaram a contradição entre os ganhos crescentes e o desmonte da estrutura física e humana.

“A política de redução de custos agressiva implementada pelo Santander no Brasil não é observada nos demais países da América, tampouco na casa matriz na Espanha. É importante destacar que grande parte das demissões realizadas no país afetaram as mulheres, que já representaram 59% do quadro de empregados e hoje, segundo o Relatório de Transparência do Governo Federal, somam apenas 43% da força de trabalho. É lamentável essa discriminação, é lamentável uma política de corte que não tem trazido nenhum benefício aos empregados, aos clientes, nem à sociedade brasileira", afirma Wanessa Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Wanessa ainda destaca que o papel do Santander deveria ser o de promover o atendimento à população e contribuir com o desenvolvimento econômico e social do país. "Nós, das entidades sindicais, seguiremos mobilizadas em defesa do emprego bancário, lutando por melhorias nas condições de trabalho e por um atendimento de qualidade a todos os clientes”, lembrou. 

Globalmente, o banco teve lucro de € 6,833 bilhões no período, alta de 13% em doze meses. A operação brasileira foi a segunda mais lucrativa do grupo, com € 996 milhões, atrás apenas da matriz na Espanha (€ 2,258 bilhões), representando 14,6% do lucro global.

Redução no quadro e fechamento de agências

Ao final de junho de 2025, o Santander contava com 53.918 empregados, frente aos 55.091 de junho de 2024. Em doze meses, foram 1.173 demissões líquidas. No mesmo período, a base de clientes aumentou em 4,5 milhões, atingindo 71,7 milhões de pessoas. Já no que se refere à estrutura física, o banco fechou 561 unidades de atendimento em um ano, das quais 159 no último trimestre.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

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