Campanha 21 Dias de Ativismo denuncia violência digital e luta das mulheres negras

21/11/2025

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Campanha 21 Dias de Ativismo denuncia violência digital e luta das mulheres negras

Começou, neste dia 20 de novembro, a tradicional campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres”. A ação, que segue os moldes da campanha dos "16 dias de ativismo" idealizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), vai até 10 de dezembro, que é o Dia Internacional dos Direitos Humanos. A CUT integra a mobilização com atividades em sindicatos de todo o país para conscientizar trabalhadoras e trabalhadores sobre as diversas formas de violência contra meninas e mulheres.

Em 2025, a campanha destaca o tema “Una-se para Acabar com a Violência Digital contra Todas as Mulheres e Meninas”, reconhecendo que ataques, extorsões, e discursos de ódio têm crescido de forma acelerada nos ambientes digitais. A ONU Mulheres reforça esse alerta ao afirmar que a violência digital tem consequências diretas no mundo real, contribuindo para a escalada de agressões, e até de feminicídios, quando tecnologias são usadas para ameaçar, perseguir ou coagir mulheres.

Entre as expressões mais comuns da violência digital estão: a disseminação não consentida de imagens íntimas, a criação de perfis falsos para perseguição, 
ataques digitais coordenados contra mulheres que atuam na política e assédio on-line contra adolescentes e meninas. Especialistas apontam que o Brasil vive um processo de normalização da violência digital, em plataformas com baixa regulação e em um ambiente político radicalizado.

O início da campanha, no Dia da Consciência Negra, evidencia a importância de reconhecer que as mulheres negras são as maiores vítimas de todas as formas de violência no país. Em 2024, o Brasil registrou 1.492 feminicídios, o maior número desde que o crime foi tipificado, em 2015.

Marcha das Mulheres Negras - No dia 25, acontece a Marcha das Mulheres Negras, momento em que mulheres de todo o país marcharão em Brasília contra o racismo e a violência de gênero. A mobilização reúne coletivos, movimentos sociais, sindicatos e organizações em defesa da vida e dos direitos das mulheres negras, com atividades políticas, culturais e formativas.

A campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres" incorpora eixos como:

  • Combate ao racismo
  • Denúncia das desigualdades estruturais
  • Enfrentamento das múltiplas violências que atingem mulheres negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, periféricas, trabalhadoras domésticas e outros grupos vulnerabilizados

Durante o período da campanha, movimentos feministas e entidades sindicais denunciam também as violências políticas e institucionais produzidas por um Congresso ainda dominado pelo conservadorismo. Amanda Corcino, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, cita como exemplo a aprovação do chamado Projeto de Decreto Legislativo (PDL) da Pedofilia, que anula diretrizes do Conanda sobre o direito ao aborto em meninas e adolescentes vítimas de estupro – crime que ocorre majoritariamente no ambiente doméstico e, portanto, na maioria das vezes é ocultado.

Em 2022, sete em cada dez meninas violentadas em tinham entre 10 e 13 anos, e em 70% dos casos o agressor era alguém da família ou do círculo de confiança. Mesmo assim, apenas cerca de 10% desses crimes chegam à polícia.

Basta de violência! Ligue 180 e denuncie.

 

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com CUT

 

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