Audiência pública no Senado expõe realidade assustadora de adoecimento mental na categoria bancária
26/10/2023
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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O Sindicato participou, nesta quinta-feira, 26, na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa do Senado Federal, da audiência pública "As condições insalubres dos trabalhadores do setor bancário". O evento ocorreu após solicitação da Contraf-CUT em ofício à senadora Augusta Brito (PT-CE). Veja aqui na íntegra.
A diretora de Saúde, Valdenia Ferreira, e o Secretário-Geral, Rogério Tavares, representaram o Sindicato. A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, e o secretário de Saúde do Trabalhador da Confederação, Mauro Salles, também participaram e puderam expor a realidade das bancárias e dos bancários no Brasil.
O movimento sindical denunciou que trabalhadores sofrem, diariamente, com a gestão abusiva dos bancos, cobranças por metas inatingíveis e assédio, que levam ao adoecimento mental, esgotamento e até mesmo suicídio. Os bancos, porém, insistem em negar os dados e fogem dos argumentos sobre as causas do problema.
"O adoecimento da categoria bancária vem crescendo e, hoje, já representa 24% dos afastamentos por doenças mentais e comportamentais no Brasil, mesmo com subnotificação dos casos. Essa audiência pública é importante para que as empresas reconheçam o adoecimento bancário e façam as notificações corretamente. É urgente que melhorias sejam implementadas, tanto nas empresas como no INSS, para que a saúde dos trabalhadores seja preservada”, afirmou Valdenia Ferreira, diretora de Saúde do Sindicato.
Para Rogério Tavares, Secretário-Geral do Sindicato, a mobilização deve ser permanente. “Diante do posicionamento dos bancos, podemos ver que ainda vamos ter que lutar muito para fazer com que a saúde dos bancários seja respeitada. Alguns anos atrás, a UFMG realizou um estudo que mostrou que nossa categoria era a segunda que mais adoecia no Brasil, atrás apenas de motoristas de ônibus. E isso não ocorre por fatores externos, é por causa do trabalho. O setor bancário é o que mais lucra no Brasil, através da exploração não só dos funcionários, mas também dos clientes, com juros extorsivos. O que percebemos é que o lucro fica acima da vida e da ética”, destacou.