Ramon Peres: novo aumento da Selic é uma bomba para o Brasil e o bolso dos trabalhadores
08/05/2025
Notícias
Por Ramon Peres, presidente do Sindicato
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, infelizmente, voltou a elevar a taxa básica de juros do país, a Selic, nesta quarta-feira, 7 de abril. Agora, o percentual é de 14,75%, o maior desde 2006. O novo aumento representa um grande retrocesso para a população, reduzindo seu poder de compra, dificultando o acesso ao crédito imobiliário e contribuindo para a diminuição da oferta de empregos.
O aumento da Selic vai na contramão da política do atual governo federal, que visa a diminuição das desigualdades e a melhoria da qualidade de vida da população. Afinal, com uma taxa de juros tão elevada, há um grande prejuízo ao desenvolvimento nacional, impedindo a realização de obras públicas, assim como investimentos em políticas sociais, de saúde e educação. A alta da Selic tem influência, também, sobre a dívida pública. Com base em dados do Banco Central, os sucessivos aumentos podem levar os gastos anuais da União com o pagamento de juros da dívida pública a R$ 1 trilhão pela primeira vez na história.
Em resumo, quem ganha com o aumento da Selic são apenas super-ricos, detentores de títulos da dívida pública, como é o caso das instituições financeiras e seguradoras. A elevação da Selic prejudica a maior parte da população brasileira para favorecer um seleto grupo de investidores.
Uma das justificativas do Banco Central para a disparada dos juros é a pressão inflacionária. Porém, especialistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas destacam que a recente alta nos preços dos alimentos e outros produtos está ligada, sobretudo, a fatores climáticos que comprometem a produção. Ou seja, não se trata de inflação causada pelo aumento de demanda, tornando o controle por meio da Selic ineficaz.
Vale destacar também que, em 2024, o Brasil teve a menor taxa de desemprego desde 2012. A indústria está crescendo acima das expectativas, criando renda para os brasileiros e movimentando a economia. E o Banco Central quer, agora, por meio dos juros, descumprir um de seus deveres e frear a geração de empregos no nosso país?
O Sindicato está em campanha permanente pela redução da taxa Selic, pois defendemos desenvolvimento econômico e social que permita, às brasileiras e aos brasileiros, ter mais qualidade de vida, mais empregos, mais comida no prato, políticas e investimentos públicos em lazer, saúde e educação. O Banco Central precisa adotar uma política monetária que priorize o bem-estar da população, e não apenas os interesses do mercado financeiro.
Queremos juros baixos já!