Banco do Brasil descumpre acordo e corta remuneração de centenas de funcionários

03/02/2025

Banco do Brasil
Banco do Brasil descumpre acordo e corta remuneração de centenas de funcionários

Demonstrando total desrespeito ao movimento sindical e ao funcionalismo, o Banco do Brasil anunciou, em mesa de negociação nesta sexta-feira, 31, que cerca de 900 caixas perderão a gratificação a partir de fevereiro. Isso significa um corte de cerca de 30% na remuneração de pessoas que estão na base da pirâmide do funcionalismo.

Desde 2021, o movimento sindical tem atuado para proteger os direitos dos caixas. Naquele ano, o BB anunciou a extinção da gratificação, mas a Contraf-CUT ingressou com uma ação na Justiça para garantir a manutenção dos salários. Já em 2024, durante a Campanha Nacional, o banco se comprometeu a não mexer na gratificação dos caixas. Foi acordado que o banco criaria vagas de assistentes com prioridade para esse segmento na própria praça.

No entanto, diante do anuncio da nova reestruturação do banco, o movimento sindical constatou que as vagas criadas não seriam suficientes. Por isso, no início de janeiro, representantes dos trabalhadores se mobilizaram com atos em todo o Brasil, resultando em uma reunião com o BB no dia 22 de janeiro. No encontro, os representantes da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) expuseram a indignação da categoria e reivindicaram mais vagas para atender à demanda dos caixas. O banco se comprometeu a dar uma resposta sobre a situação até o dia 31 de janeiro, data limite para a permanência da gratificação para todos os caixas executivos.

Então, na última sexta-feira, 31, o banco convidou a CEBB para uma reunião e apresentou alguns avanços na reestruturação. Porém, continuou irredutível em criar as vagas na própria praça do caixa que estava perdendo a gratificação. O BB usa a justificativa de que existem vagas para todos e todas que queiram concorrer. No entanto, em muitos casos, as vagas estão a centenas de quilômetros da agência atual do funcionário.

“A ganância, o lucro acima de tudo, o desrespeito ao funcionalismo, o assédio e a pressão por metas absurdas são a tônica imposta por quem comanda a área de varejo do BB. São pessoas que estão nessa área desde 2016, ano da virada de chave do banco, depois do golpe parlamentar e midiático que tirou a presidenta Dilma do poder", destacou Rogério Tavares, funcionário do BB e diretor do Sindicato. 

Rogério ainda destacou que o movimento sindical bancário, através da CEBB, seguirá apontando as falhas e percalços da reestruturação. "A implementação desse processo tem sido conduzida de forma inadequada por gestores que enxergam seu poder apenas como um meio para maximizar o lucro. Eles ignoram o bem-estar e a dignidade das funcionárias e funcionários, que dedicam suas vidas à empresa e merecem mais do que esse tipo de 'reconhecimento' por parte do BB", finalizou.

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