CLT e sindicatos representam proteção social

27/06/2025

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CLT e sindicatos representam proteção social

Por Ramon Peres, presidente do Sindicato

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e os sindicatos têm sofrido fortes ataques nos últimos anos, principalmente após a reforma trabalhista de 2017, que fragilizou a representação sindical, os empregos formais e direitos históricos. E é justamente diante destas tentativas de enfraquecimento que o movimento sindical e a legislação trabalhista têm que mostrar a sua importância na garantia de proteção social e de direitos para trabalhadoras e trabalhadores.

Infelizmente, sem vínculo formal, pessoas ficam desprotegidas das garantias da CLT, como férias, licença médica, auxílio-doença, 13º, jornada digna, entre muitas outras. Além disso, sem a Carteira de Trabalho, elas não estão abarcadas por importantes normas de saúde e segurança no trabalho, o que as coloca em situações de extrema vulnerabilidade.

Além de perderem direitos importantes garantidos pela CLT, trabalhadores sem representação sindical não têm força de pressão para exigir melhores condições de trabalho. No caso da categoria bancária brasileira, que é exemplo internacional, a Convenção Coletiva conta com mais de 140 cláusulas, sendo que 85% delas trazem direitos acima dos previstos na CLT. Isto sem contar no amparo e apoio em questões de saúde e jurídicas prestados pelos sindicatos. E é o que queremos para todos os trabalhadores!

A importância dos sindicatos tem sido pauta não só no Brasil, mas em diversas partes do mundo. No início de 2025, para citar apenas um exemplo, 55% dos trabalhadores da Amazon da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, país extremamente marcado por uma cultura individualista, declararam o desejo de serem representados por um sindicato. Ou seja, os trabalhadores sentem falta da organização coletiva ao verem seus direitos atacados, salários rebaixados e condições de trabalho precarizadas.

É preciso fugir dos discursos fáceis de que o fim da CLT ou dos sindicatos significa liberdade. Este tipo de pensamento beneficia apenas quem quer continuar explorando trabalhadores. Na prática, é exatamente a falta de organização e de proteções sociais que amarra as pessoas à lei do mais forte, tirando sua liberdade e suas possibilidades de construir uma vida digna.

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