O terceiro dia da 27ª Conferência Nacional dos Bancários começou com a realização de uma mística em homenagem à greve de 1985, movimento histórico que conquistou a reposição das perdas salariais antecedentes e culminou na construção da nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Bancárias e bancários que participaram da greve deram seus depoimentos e realizaram um ato simbólico com faixas e cartazes. Eliana Brasil, diretora do Sindicato e secretária da Contraf-CUT, e Rogério Tavares, secretário-geral do Sindicato, participaram da ação.
Aprovação do plano de lutas
Na plenária final, os 629 delegados e delegadas participantes da Conferência aprovaram o plano de lutas da categoria. As propostas votadas foram desenvolvidas durante as conferências estaduais e regionais, com foco em questões econômicas, sociais e de defesa do emprego bancário.
Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, realizou a leitura das resoluções gerais. Veja abaixo:
Defesa do Banco do Brasil
- Defesa dos Bancos e Empresas Públicas e a Importância dos Serviços Públicos
- Defesa da soberania, da democracia e do PIX
- Proteção aos direitos dos trabalhadores
- Tributação dos super ricos para alcançar Justiça Tributária (que os super ricos paguem mais para que o povo pague menos)
- Regulação das redes sociais
- Fim da escala 6x1, incluindo a ampla divulgação do Plebiscito Popular
Também foram apresentadas as propostas de mobilização para a categoria, incluindo campanhas permanentes de conscientização e diálogo com a sociedade civil, envolvendo movimentos populares, sindicatos e coletivos estudantis para ampliar a pressão em relação às pautas prioritárias. Além disso, foi destacada a necessidade de ampliação de ações nas redes sociais e a realização de audiências públicas e debates regionais, levando os temas para universidades e comunidades, conectando-os à defesa da democracia.
Juvandia também ressaltou algumas resoluções específicas sobre o sistema financeiro. Veja:
- Resolução contra o fechamento de agências bancárias e em defesa do emprego bancário
- Ampliar o Conselho Monetário Nacional, incluindo representantes da população
- Rever meta da inflação
- Garantir que o Banco Central tenha como objetivo a geração de empregos
- Aumentar a quarentena de ex-diretores do Banco Central para 4 anos
- Realizar concursos públicos para o Banco Central
- Exigir a presença física para abertura de contas e operações de maior risco
Além das resoluções, foram aprovadas quatro moções:
- De repúdio às práticas de contratação fraudulenta adotadas pelo banco Santander
- De apoio ao Supremo Tribunal Federal e em defesa da soberania nacional
- Contrária à pauta de anistia geral e irrestrita aos participantes da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023
- Pelo fim do genocídio do povo palestino.
Ataques ao Banco do Brasil
Diante dos recentes ataques ao Banco do Brasil, realizados pela extrema-direita, os representantes dos trabalhadores também destacaram a importância do banco público. “Atacar o BB traz impactos severos para nossa economia. Isso é muito grave, é um crime contra a soberania nacional. Precisamos de resoluções duras e sérias em relação a isso”, afirmou Juvandia Moreira.
A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) discutiu o tema e propôs a realização de uma mobilização nacional em defesa do Banco do Brasil no dia 27 de agosto.